Pôr do Sol na Nova Zelândia

Pôr do Sol na Nova Zelândia
"Espíritas! Amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo" O Espírito de Verdade - Paris, 1860

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Perda de Entes Queridos

Queridos irmãos e irmãs,

No livro “O Pensamento de Emmanuel” de Martins Peralva há um capítulo que trata de um tema muito delicado para todos nós, mas a forma como o autor e o próprio Emmanuel, pelas luzes do Espiritismo, expõem o assunto nos passa a tranqüilidade de repassá-lo a todos na esperança de que o conhecimento possa nos dar o equilíbrio e harmonia necessárias consolidadas pela fé raciocinada e pela esperança da vida futura ensinada pela Consoladora Doutrina dos Espíritos.
Extraído do livro “O Pensamento de Emmanuel” de Martins Peralva.

Capítulo 34 – Perda de Entes Queridos

Questão 934 do Livro dos Espíritos:
P – A perda de entes que nos são caros não constitui para nós legítima causa de dor, tanto mais legítima quanto é irreparável e independente da nossa vontade?
R – Essa causa de dor atinge assim o rico, como o pobre, representa uma prova, ou expiação e comum é a lei. Tendes, porém, uma consolação em poderdes comunicar-vos com os vossos amigos pelos meios que vos estão ao alcance, enquanto não dispondes de outros mais diretos e mais acessíveis aos vossos sentidos.

            A resignação com que os espíritas aceitam a desencarnação de seus entes queridos, familiares e amigos é alguma coisa de impressionar aqueles que não estão identificados com a consoladora Doutrina dos Espíritos.
            Nos lares em que viceja a fé espírita, em vez de desespero, o que se observa, em tais ocasiões, é a serenidade de todos, a calma evangélica, o esforço para que a Vontade Divina, expressa pelas leis de Justiça e Misericórdia, seja submissamente entendida.
            Não queremos dizer, com isto, sejamos criaturas insensíveis, que não tenhamos saudade dos que se foram.
            O espírita aceita a desencarnação como um imperativo biológico-espiritual próprio da existência humana.
            (...) O espírita é um ser igual a todos, tendo as mesmas emoções, os mesmos sentimentos, as mesmas lutas.
            Sofre como os demais, mas procura se esforçar, amparado na convicção doutrinária, refugiado no consolo evangélico, no sentido de aceitar, tanto quanto possível valorosamente, as separações.
            O conhecimento da preexistência espiritual, bem assim os informes, seguros e claros, sobre a continuidade da vida além do túmulo, concorrem, conjuntamente, para dar ao espírita singular resistência, que a muitos surpreende.
            A saudade em que humanamente se mergulham os espíritas, após a partida de entes amados, não é a saudade mórbida, que aniquila, que arrasa ou consome o restante da existência de quem ficou.
            Não é uma saudade que torna a criatura imprestável, incapaz de produzir, inapta para a vida, sem condições para superar aflitivas recordações, que lhe repercutem no mundo interior à maneira
de avassaladoras toneladas de angústia.
            A nossa saudade – a “saudade espírita”, assim permitam a conceituemos – converte a lembrança do ser amado em estímulo ao trabalho, para que o progresso espiritual não sofra solução de
continuidade.
            A dor das separações não é, para o espírita, maior do que a certeza de que a vida prossegue, além do corpo físico, repleta de oportunidades, para que honremos a memória dos que se foram, abraçando tarefas edificantes, que falem de fraternidade e amor ao próximo.
            As lágrimas do homem de fé não são lágrimas de quem consente, vencido, que o sofrimento lhe domine os redutos do coração, destroçando-o.
            Não são lágrimas amargas de quem se revolta, de quem se confia às blasfêmias contra Deus, contra Jesus, contra tudo, contra todos.
            É o pranto discreto, a lágrima silenciosa a deslizar, como cintilante pérola, pelo rosto combalido, mas não desesperado.
            É o pranto, bem humano, de quem define a existência terrestre por uma etapa entre tantas outras, possibilitando ao Espírito eterno novos corpos, mais tarde, a fim de que, amando e servindo, aprendendo e trabalhando, prossiga em seu roteiro de ascensão e felicidade, no rumos de Deus, nosso Pai.
            Além disso, sabemos nós que os desencarnados recebem o impacto vibracional do pranto descontrolado, da angústia impregnada de revolta, da inconformação alucinada.
            (...) Serão prejudicados, espiritualmente, em face do comportamento daqueles que, por não entenderem a desencarnação por fenômeno natural e inevitável, que a todos atingirá um dia,
desequilibram-se quando se verificam separações no ambiente doméstico.
            (...) Sejam, embora, sensíveis à lembrança e às saudades “dos que lhes eram caros na Terra” - disseram, ainda, os Espíritos -, a dor continuada os toca de maneira chocante, não só sob o ponto de
vista vibracional, mas, também porque nela identificam “falta de fé no futuro”, nesse futuro de que estão participando muitas vezes em clima de grande felicidade, na companhia de almas queridas.
            (...) Diz Kardec: “Estando o Espírito mais feliz no Espaço que na Terra, lamentar que ele tenha deixado a vida corpórea é deplorar seja feliz”.
            Qual de nós, amando certa criatura, ficaria triste por vê-la feliz, desfrutando indefiníveis júbilos?
            Orar, com amor, pelos que se foram, eis o nosso dever.
          “Quando semelhante provação te bata à porta, reprime o desespero e dilui a corrente da mágoa na fonte viva da oração, porque os chamados mortos são apenas ausentes e as gotas de teu pranto lhes
fustigam a alma como chuva de fel”, aconselha, carinhosamente, Emmanuel.
            A morte é oportunidade para que pensemos na existência da alma, na sua sobrevivência e comunicabilidade com os vivos da Terra, através dos médiuns, da intuição, ou durante o sono.
            A morte é, ainda, ensejo para que glorifiquemos a Indefectível Justiça, que preside a vida em todas as suas manifestações.
            Na linguagem espírita, a morte é, tão somente, transição de uma para outra forma de vida. Mudança de plano, simplesmente.
            (...) Prossegue, como ser pensante, carente de evolução, a longa viagem na direção do Infinito.
            (...) A complementação de Emmanuel, no fecho deste capítulo, é indispensável: “Tranqüiliza, desse modo, os companheiros que demandam o Além, suportando corajosamente a despedida temporária, e honra-lhes a memória abraçando com nobreza os deveres que te legaram."

Sigamos com esperança, coragem e alegria.

Grande abraço,
Ronaldo Sérgio

Influência Espírita

Queridos amigos,

Extraído do livro "O Pensamento de Emmanuel" de Martins Peralva.

Capítulo 29 - Influência Espírita

"A permuta com os círculos de ação dos desencarnados compele a criatura a pensar com mais amplitude, dentro da vida" - Emmanuel.
    Grandiosa e benéfica é a influência da Doutrina dos Espíritos no progresso da Humanidade, pelas claridades que espalha, pelas bençãos que dissemina.
    Com Jesus Cristo, Senhor e Mestre, há vinte séculos chegou à Terra a mensagem de amor destinada a redimí-la.
    (...) O que Jesus ensinou com o tempo sofreu, naturalmente, as interferências da ignorância e da má-fé, do obscurantismo e de subalternos interesses, as quais foram poluindo, a pouco e pouco, as fontes mais puras da Boa Nova.
    O Espiritismo, também chamado Terceira Revelação divina - eis que a Segunda foi o Cristianismo -, por sua feição eminentemente consoladora, destituído de fórmulas e rituais, restaurou, falando claro, as verdades cristãs, derramando no coração da humanidade o perfume das mais santas esperanças.
    (...) A Doutrina dos Espíritos mostra a causa dos sofrimentos, situada, via de regra, em existências passadas.
    Fala sobre a destinação da Terra.
   Explica a finalidade do sofrimento - crise salutar que produz a cura espiritual, assegurando a felicidade.
    (...) O espírita trabalha, estuda e serve com vistas ao futuro.
    Entende o imperativo de, pelo amor, construir os fundamentos de um mundo feliz, que será morada sua e de todos os seres - concepção que o faz reconhecer-se por humilde auxiliar do Cristo, na obra de redenção da Humanidade.
    Um ato bom, uma palavra edificante, um ensino elevado, uma criação superior, emergindo da mente individual, representam sementes lançadas à Terra, para que frutifiquem mais tarde.
    Assim é o espírita inevitavelmente conduzido a uma ideia universalista, extrafronteiras terrestres, de solidariedade e amor - jamais a um pensamento estreito, limitado, egoísta, em que seja ele - somente ele! - o centro dos interesses e aspirações.
    O Espiritismo é antiegoístico, pelo sentido cósmico de sua filosofia.
    (...) Sendo o Espiritismo, nos tempos atuais, "a revivescência do Cristianismo, em seus fundamentos mais simples", consoante, ainda, o mesmo Benfeitor de Mais Alto - o seu papel, no progresso e na
felicidade das criaturas, é por demais relevante.
    Refletindo sobre os princípios de causa e efeito, que estabelecem indefectíveis reações cármicas, tendentes a depurar e melhorar o homem, coração e inteligência irmanam-se num só objetivo: tornar-nos, hoje, um pouco melhores do que ontem, e , amanhã, menos imperfeitos do que hoje.

Continuemos a caminhada gratos a Kardec, a Jesus e a Deus.
Grande abraço,
Ronaldo Sérgio